5° LUGAR – POESIA INTERNACIONAL – VIII Concurso Literário "Cidade de Ouro Branco"

 

Indeferido

Ana Letícia Costa Almeida
Oliveira de Azeméis/Portugal



Embala-me à sombra da tua boca, nos rios de alma que fazemos jorrar.
Peço-te (pedindo o que não se pede) que me olhes
com os teus lábios que só a mim sabem e só a mim cabem.
Profetiza o meu caminho, guia-me como mão
sábia de navegador por entre a maré enferma.
Rendo-me a ti tal campina silvestre saboreando o vento; trespasso
o que existo à tua sede de ser o que sou, de sermos branca neve
puríssima e a comunhão dos nove infernos.
Sou a verdade que me dás na tua visão, sendo pouco menos na minha,
sou os prados que vês florir orvalhados na manhã. Vê-nos como os vês,
para que eu te possa pedir o que não se pede:
nos nossos lábios vir a sorrir

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