Trago pela alma as tuas saudades
como quem caminha todo encharcado
De uma torrente quase inextinguível.
Tuas saudades trazem muitos inflitramentos ao firmamento da existência, desabrigando-me.
Tudo ensopado das tuas ausências.
Tudo liquefeito e escorrendo.
Pondo em correnteza veloz
a totalidade que me ainda sobra
do que tu me foste uma vez.
Tuas faltas desabam por cima da minha presença… caindo em mim como uma erosão estética e existenciária.
Por vezes sonora, aguento ….
muita das vezes calada, precário …
- estático, estátua, estatelado
Trovoadas interminadas
de confusão trazida pelo
não-tu
empossando todo emudecimento
já aborrecido.
Me treme os lábios o contido
Me trinca os dentes o ânimo
Me congela o aceitamento
do tanto suportado que
se prolongam em anos
em horas, dias e vida.
Chove dorida
a ida de quem caminha
a passos longos dos meus,
o meu?
ilhado
não sabe se enxugar
se molha, se banha
enlameando o sentido de tudo
o que possa vir a ser consolado.
O raio constante da constatação
de quem me és em falta
me transpassa os nervos e me enerva todo o calmo.
Se rasga ao horizonte noturno
das inquietudes diluvianas
deixando-me eco perene
da tua imagem
E que chove chove chove
e chovendo
e chovido
estronda dentro da janela embebida da memória.
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