3° LUGAR – CONTO – PROSA ESTUDANTIL – INTERMEDIÁRIO – E.E. Iracema de Almeida – VIII Concurso Literário "Cidade de Ouro Branco"

Já amanheci morta


Emille Paiva
1ª série do Ensino Médio

Era uma noite fria. Acordei no meio da madrugada e olhei para a tela do meu  celular; ainda não tinha mudado a fotografia. Minha doce luz, lembro-me da  última vez que nos vimos. Estávamos furiosas. Soltei um suspiro ao olhar para  aquele olhar suave, como um anjo. Como aquele poderia ter sido tão cruel com  uma pobre alma, como eu? 

Quando você disse aquilo, com todas as palavras, sílabas e letras, me senti  morta por dentro. Não me alimentava direito, não dormia como antes, estava  fraca, cansada e com medo, principalmente. Eu era tão dependente dela e do  seu amor que não tinha caído a ficha: ela tinha terminado comigo. 

Era manhã quando olhei para o alarme. As lágrimas desciam pelas minhas  bochechas avermelhadas pelas horas que chorei, rezando e implorando para  ficar em volta de seus braços. Mas isso não iria acontecer. E, quando percebi  que estava morta por dentro, seria tarde demais. Seria apenas mais uma manhã,  como todas as outras, antes de tê-la.


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