A tempestade que mora em mim
Thalia Gonçalves
Mariana/MG
eu sou a água.
e não é porque a ciência afirma
que o meu corpo é
em sua maioria composto desse líquido,
mas é porque assim como ela
me apresento em diversas formas.
por vezes sou apenas calmaria
ou uma garoa refrescante em dias quentes
outras, apenas o gelo:
fria e insensível para esconder as minhas fragilidades,
os meus medos e sentimentos
diante de qualquer ameaça.
em alguns momentos, sou apenas a tempestade:
forte e temida por todos
que entre raios e trovões
faz o meu eu-cachoeira transbordar
dando lugar ao caos e às feridas.
de todas as minhas formas
é essa a que mais tenho medo,
pois ser tempestade dói em mim e no outro.
mas o que eu mais gosto de ser
é rio,
pois sei que independente do percurso que seguir
terminarei na imensidão do oceano que habita em mim.
só sei, que sou água
e que quando chove lá fora
transborda dentro de mim.
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