De Atomik a Dionísio, o dia do Teatro, RUSXUK
Niaxe Augusto Gujev Sousa
Tibau do Sul/RN
Próximo às festividades
De seu culto sacral, era 25 de Março.
Dionísio impassível e sarcástico,
Murmurava com cinismo,
No horror dramático
D'um cenário teatral nefasto.
Enquanto rumores corriam
Com pernas curtas às ruas de Mariupol:
"—A divindade não era mais saciada pelo encorpado vinho
tinto." Jorravam, em desperdício,
Por cada cômodo do edifício,
Litros e mais litros, embalde,
Do elixir da longevidade.
Nascia o Sol
Longínquo, às colinas gélidas da cidade,
Contrastava a vida
Às liquefeitas aquarelas;
Estilhaçadas, jovialidades mortificadas,
Umas presas à adega,
Outras escorrendo por entre as vielas frias da ocidental fronteira
litoral. Os súditos aos milhares invadiam as metrópoles,
Como tropas cossacas,
Espíritos do Urso decadente,
À liberdade opaca,
De Sul a Norte,
À procura de néctares para tal bestial saciedade:
“— Água-ardente 51, whisky amadeirado “The Reach”, urina de fada Absinto, drink
opioide, destilados com Smirnoff, goró regional dos brabos, que açoite o mais forte.”
Jamais conheceram os eslavos outro elixir divinal,
Tal qual o dos espíritos diabolicamente funestos
Presos dentro da garrafa da Atomik, a vodka sacral.
Atônito e embriagado, o deus estrangeiro exclamou, sendo replicado por seu ditirambo:
"—Longa vida e proteção, à nação não-pátria minha,
Que da não-mais radioativa fruta da árvore proibida colheu conhecimentos e estratégia
encorpados nesta sagrada garrafa de bebida."
Na canivália dos mascarados, balaclavas camufladas,
Era apenas o término do primeiro ato,
Restavam-nos três dos quatro, hoje, 27 de Março.
Sou o Corifeu, que vos narra relatos.
No primeiro mês, à primeira fase,
Onde flautas termobáricas da Morte
Alertavam os ratos, reféns, refugiados e bebês,
Que seus pais e mães, irmã(os), filhos e filhas, à pátria soldados,
Dançavam lado a lado,
Desespero estampado, passado engarrafado, presente-passado, futuro quebrado...
Escutam-se as taças com seus estilhaços recitados, reverberando o pranto das crianças em
desencanto,
Das valetas no chão pelos passos batidos,
Ainda era apenas a primeira fase dos históricos e dionisíacos fatos,
Da memória
Das máscaras modernas,
Que escondiam a facetas
Do mal encarnado,
Do Urso que rugia,
Por mais um gole gelado,
De Ego inflado ou do Elixir da Vida,
ATOMIK...
O sangre da pátria Ucraniana destilada
Em Tempos Líquidos,
Pós-Ares-Rarefeitos,
Do início da Era IA, Pós-Contemporânea,
Escrevi-te, Amor Líquido,
Em 2022
Até
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